Golden Temple

Golden Temple
Golden Temple - Amritsar - Índia

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aquarela

Apreciou a aquarela
Com os olhos no passado
O pensar equivocado
A mente pensando nela

Apreciou a aquarela
Confinado na eternidade
Eternizado na idade
E de olho na estrela

Apreciou a aquarela
O coração despertou
A paixão retornou
Lembrou dela

Apreciou a aquarela
Reparou que era uma pintura
Ficou na fissura
E se despediu dela

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A lua

A lua de aço desapareceu
Em pleno céu azul,
Invadido por nuvens de mel
E por estrelas cintilantes

O espaço foi investigado
Pelos espertos sorrisos
E olhares transcendentais
Que nada encontraram

Gnomos subiram ao topo da serra
Andaram pelas estradas lunares
Nada descobriram no ar
Impossível catástrofe de dizeres

E por um momento ela reapareceu
Durante a discussão filosofal
Que envolveu estrelas, ar e nuvens
O luar encantou os catacegos

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Espero por mim

Espero por mim há muito tempo
Desde quando nasci no Grande ABC
A partir dessa data me procuro
Pelas escolas e universidades nuas
Nas páginas dos livros que não foram publicados
Nos calendários sem dias e meses

Espero por mim há muito tempo
Desde que o sol não nasceu
E a lua não se pôs atrás dos prédios
Vago pelas calçadas vazias
Percorro bares, boates, restaurantes dispersos
E nas coxias dos cinemas e teatros sem ninguém

Espero por mim há muito tempo
No sorriso sem graça
Na lágrima que não caiu
Na emoção que não existiu
Na paixão que morreu
Na ilusão de falar comigo

Espero por mim há muito tempo
Nas ondas da praia do Tombo
Nas montanhas dos Himalaias
Nas cavernas milenares de Galápagos
Nas trilhas Incas em Machu Picchu
Nas geleiras da Antártica

Espero por mim há muito tempo
No trânsito caótico de São Paulo
Nas esquinas envolvidas com viciados
Nos cruzamentos puídos
Nas ruas e avenidas congestionadas
Nos metrôs e ônibus lotados

Espero por mim há muito tempo
Nas nuvens
Nas estrelas
Nos oceanos
Nos vales
Nas flores

Espero por mim há muito tempo
Na caneta sem tinta
No papel sem linhas
No lápis sem grafite
No computador sem memória
No relógio sem ponteiros

Espero por mim há muito tempo
No filme sem roteiro
Na peça de teatro sem atores
Na novela sem capítulos
No jornal sem notícias
Na história sem personagens

Espero por mim há muito tempo
Na estrada da vida
No degrau da escada do amor
Na janela da compaixão
No muro soberbo da consciência
No trabalho sobernal

Espero por mim há muito tempo
Ontem, hoje, amanhã
Na semana, no mês, no ano
Na artimanha da manhã
No singelo entardecer
Ou até eu me esquecer

domingo, 28 de agosto de 2011

Casa dos leitores

À nobre casta o poeta retornou
Deu um basta na jura literária
E com palavras a sua casa adornou
Criou uma vasta lenda imaginária

As paredes foram decoradas
Com resenhas, crônicas, romances,
Contos, policiais, ficções datadas,
Vê-se o nome dos autores de relance

O interessante é a parte da frente
Da casa que foi decorada com
O poema de um maestro, dum regente

E o teto que contém palavras mil
De vários autores famosos com som
De cantores nacionais e leitoril

sábado, 27 de agosto de 2011

Sentimentos

Certo dia optou por brincar com palavras
Escreveu poemas, sonetos e textos,
Todos rimados, sem pretextos.
Quando reparou, tinha criado lavras.

Em outra ocasião decidiu amar.
Distribuiu sorrisos e canduras
Pensou até em pessoas puras.
Ouviu vários nãos e preferiu parar.

Retornou às palavras sinceras e amigas
Mesmo com várias fadigas,
É melhor do que ser repudiada.

Este fato a fez repensar na tal vida.
Deparou com uma realidade refreada
Ao mexer fundo com seus sentimentos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Amor

Dúvida entoante
Dúvida cintilante
Dúvida emocionante
Dúvida ardente
Dúvida clemente
Pairam no pensar:
O amor existe?
Ou é uma falsidade

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

É cedo

É cedo para sofrer
Porque a vida não vai acabar
É cedo para chorar
Porque o mar não vai secar
É cedo para morrer
Porque o céu não vai quebrar
Aproveite e viva a vida
Agora pode sorrir

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Saudades da Terra

Teia repleta de ilusões e seduções.
O coração bate forte dentro do peito,
Principalmente quando estou no leito.
Esse processo exalta tais emoções.

Vida vivida de lembranças da terra natal
Me leva a vagar pelos valhacoutos.
A espera me enlouquece aos poucos;
Me sinto totalmente dissonante na atual.

Um dia voltarei de maneira diligente
Para rever parentes, amigos, toda essa gente
Que não vejo desde que parti do luau.

Sinto saudade de toda essa multidão.
Por eles tento controlar minha solidão
Voltando à pátria a bordo de uma nau.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Taurino

Ele veio cedo, antes do previsto,
Surpresa para todos os envolvidos.
Estava entre os outros atrevidos
Ao chegar sem documento e visto

Foram sete meses de viagem à espera
E poucos minutos para resfolegar,
Falar, pensar, repensar, regozijar.
E quase chegou da estratosfera.

Foram momentos decisivos e reais
E, para todos os presentes, vitais.
Apreensão, nervosismo na biosfera.

Depois desse tempo aterrissou.
Chegou, chorou e emocionou;
Um taurino que marcou uma era.

Sonho de louco

Levava uma vida extravagante,
Às vezes seu coração palpitava,
Em várias ocasiões, lufava.
Dia a dia lúdicro e esparsamente.

Varejista de emoções compradas
A prazo, no crediário escarnecido,
Vida vã de um puro entorpecido.
Nada escapava às suas filtradas.

Tudo era planejado no seu dormitório,
Ledo pensamento sob um perlocutório.
Nada o impedia de pernetear nos salões.

Seu sonho era ser entronizado,
Tinha o discurso estagnado
E sua boca só calava com botões.